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O Comitê Estadual do PCdoB na Bahia se reuniu, nesta sexta-feira (23/08), no auditório da Assufba-Sindicato, em Salvador, para debater, mais uma vez, o cenário político e o projeto eleitoral para o ano que vem. Na ocasião, o presidente estadual do Partido, Davidson Magalhães, avaliou que o Brasil vive um momento preocupante, de desmonte em diversas áreas, em um movimento de ‘desconstrução’ do país, realizado ‘por um governo que não tem um projeto’.

“O Brasil passa por um processo de desmonte em todos os setores, em especial na educação, com ataque à ciência e à tecnologia, e na economia, com graves consequências que levam à corrosão de parte da base social do governo. A estagnação econômica e fim dos programas sociais indicam uma tragédia anunciada”, afirmou o presidente do PCdoB-BA.

Pelo cenário, é notória a existência de um projeto de poder da direita brasileira em curso, confirmado a partir das denúncias feitas pelo The Intercept, segundo Davidson. A ultradireita de Bolsonaro, para ele, tem viés nacionalista de fachada, diferentemente de movimentos de direita em outros países, e o alinhamento com os Estados Unidos termina por enfraquecer a diplomacia brasileira.

As reportagens do The Intercept, por outro lado, provocaram o ‘enfraquecimento significativo’ do ex-juiz Sérgio Moro, agora ministro da Justiça e Segurança Pública, e do procurador Deltan Dallagnol.

A questão ambiental também esteve na pauta do encontro, e a avaliação é de que as políticas de Bolsonaro de avanço sobre a Amazônia, principalmente, têm colocado o governo em dificuldade, com reações internas e externas.

Frente política

O presidente do PCdoB-BA ainda observou que há uma ampliação da frente política contra o estado de exceção e que a luta em defesa da educação unificou amplos setores, com grandes manifestações em todo o país. “O centro de nossa tática é a defesa da democracia”, acrescentou.

Projeto eleitoral

Na ocasião, também foram apresentados pelo dirigente Nilton Vasconcelos os estudos do grupo de trabalho eleitoral coordenado por ele. Para Nilton, as eleições de 2020 têm papel decisivo para 2022, quando será enfrentado o desafio  da cláusula de desempenho. Precisaremos   fazer quociente eleitoral para eleger vereadores, embora a eleição anterior já tenha indicado o potencial do partido para alcançar esse objetivo.

O coordenador chamou atenção para a cota de gênero: “É preciso estar atento ao esforço para a presença feminina nas eleições do ano que vem”. Segundo ele, um dos objetivos do projeto eleitoral é acompanhar os quadros nas maiores cidades, tendo como desafio reeleger os prefeitos que o Partido já tem na Bahia.

Conferência

O encontro também se debruçou sobre a realização da Conferência Estadual, marcada para o dia 23 de novembro, em local a ser confirmado. A secretária estadual de Organização, Daniele Costa, apresentou as normas para a realização da atividade (clique aqui para ler).

Segundo a secretária, a meta é realizar 200 conferências municipais e mobilizar 6 mil militantes, em todo o estado. A proporção da eleição dos delegados (as) será de 1 para cada 15 mobilizados (as), o que resultaria em uma conferência estadual de 400 delegados e delegadas eleitas.

“Nós precisamos preparar os comitês municipais na elaboração dos projetos eleitorais com acompanhamento da direção estadual”, defendeu Daniele Costa.

Mobilizações

A reunião contou com a presença de Liège Rocha, secretária nacional de Movimentos Sociais do Partido, que apontou os três eixos dos movimentos sociais, atualmente: luta pela democracia, dos direitos sociais e pela soberania nacional. Ela ainda reforçou a necessidade da construção de uma frente ampla para o enfrentamento ao governo Bolsonaro.

“É necessário dialogar mais com a população, estarmos mais próximos das bases, com ações próprias do partido. Isso tem relação direta com a construção da frente ampla”, defendeu a dirigente nacional, que também exaltou o papel do PCdoB nas últimas mobilizações.

Para Liège, os esforços devem continuar no 7 de setembro, o novo dia nacional de luta, “unificando a luta em defesa da educação com o grito dos excluídos”.